Cientistas estudam a conversa entre as tartarugas-da-amazônia

17/02/2014 13:54

Os cientistas que lideram a pesquisa são especialistas em bioacústica, área da ciência dedicada ao estudo dos sons emitidos pelos animais. Eles gravaram 420 horas de sons emitidos por tartarugas-da-amazônia, uma das espécies mais sociais entre os quelônios – grupo de répteis que possuem cascos, como jabutis e tartarugas em geral.

“Ainda não sabemos qual é o mecanismo que as tartarugas usam para emitir os sinais sonoros”, conta a bióloga Camila Ferrara, que liderou a pesquisa. “Mas sabemos que os filhotes conseguem emitir sete tipos diferentes de sons e os adultos, oito”. No grupo estudado, a equipe identificou 11 tipos diferentes de sinais sonoros. Apesar de baixos, eles são audíveis para o ouvido humano.

Se, antes, achava-se que as tartarugas não escutavam muito bem, agora já se sabe que emitir e ouvir sons é muito importante na vida desses bichos. Os registros mostraram que as tartarugas começam a se comunicar ainda de dentro dos ovos, algumas horas antes delas nascerem. Talvez isso explique porque os filhotes começam a sair dos ovos todos de uma vez, na mesma hora!

Os especialistas gravaram 420 horas de sons emitidos pelas tartarugas. Elas começam a se comunicar mesmo antes de saírem dos ovos. (foto: Camila R. Ferrara)

Os especialistas gravaram 420 horas de sons emitidos pelas tartarugas. Elas começam a se comunicar mesmo antes de saírem dos ovos. (foto: Camila R. Ferrara)

 

Depois do nascimento a comunicação só aumenta, o que indica uma forte relação de pais e filhos entre as tartarugas e seus filhotes.

As tartarugas-da-amazônia vivem em rios, mas também ficam muito tempo fora da água – os filhotes nascem na areia, por exemplo. Por isso, elas precisam se comunicar bem em qualquer lugar. “As tartarugas-da-amazônia realizam interações sociais importantes tanto na água quanto em terra, e sua sensibilidade auditiva é parecida nos dois ambientes”, conta Camila.

 

Fonte: https://chc.cienciahoje.uol.com.br/palavra-de-tartaruga/